Blog da Professora Lúcia Leiro

08/16/2017

A ancestralidade e as identidades

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 18:19

A ancestralidade como tema não é uma novidade nas artes, sobretudo na literatura e no cinema. Na universidade, o tema se transformou em categoria de análise para explicar os projetos civilizatórios de grupos étnicos existentes antes de serem agrupados em um território geográfico e imaginado (Benedict Anderson) sob o discurso das nações, dos pertencimentos territoriais a partir de valores da cultura hegemônica.

Recentemente, li em um site que os jovens gregos estavam cultuando as divindades ancestrais. Uma resposta aos ritos urbanos desgastados e superficiais? Os afrodescendentes, sobretudo da diáspora, mais presentes na cultura baiana, trouxeram os ritos e a cosmovisão africana e transformaram as suas vivências em políticas públicas para, assim, ajudar crianças e jovens a se verem empoderados, com a visibilidade necessária para  seguir em frente. Em meio a uma crise de representatividade e de valores, mergulhar nas raízes e na memória ancestral parece ser um caminho de fortalecimento e de recomposição grupal, para além dos meta-discursos de base nacionalista, do sentimento de pertencimento e de irmanação por meio de símbolos forjados para manterem a unidade em meio a imensa diversidade cultural.

Alguns princípios ancestrais foram elencados por Eduardo Oliveira no artigo Epistemologia da Ancestralidade, ao estudar a cosmovisão africana:

  • Inclusão social;
  • Respeito às diferenças;
  • Convivência sustentável do Homem com o Meio-Ambiente,
  • Respeito à experiência dos mais velhos,
  • Complementação dos gêneros, na diversidade, na resolução dos conflitos, na vida comunitária entre outros.
  • Integração
  • Singularidade
  • Ética na forma de estética: literatura, música, dança, vestuário…

Deste modo, o autor nos mostra como a ancestralidade pode explicar um jeito de ver o mundo, de agir neste mundo, de sentir e pensar o mundo, o que em filosofia chama-se iminência e transcendência.

Sendo assim, a ancestralidade pode contribuir para que as crianças, adolescentes e jovens de hoje possam repensar o seu estar no mundo, bem como os valores gerados neste mundo. Se ele é um elo frágil, fugidio, bem ao gosto da cultura do descarte, ou se são alicerçados em princípios que fortaleçam os laços dos membros de um mesmo grupo.

Grupos que imbuídos da memória ancestral, se sintam pertencentes a um legado e se mantenham ligados, irmanados. É desta forma que os nosso ancestrais se tornam vivos, quando nos lembramos deles, contamos as suas histórias, recontamos o que eles disseram. A ancestralidade é um conceito que se aproxima do sentido de eternidade, pois nunca morre o que é sempre lembrado.

Pensar a ancestralidade de qualquer grupo cultural é fazer uma viagem que exige de nós não apenas uma máquina fotográfica ou um celular, mas um movimento introspectivo de escuta e  de olhar. Ver nos gestos, nos comportamentos, na receita de um prato, na modelagem de uma roupa, na dança, no canto, um jeito de se relacionar com o mundo.

 

Referência

OLIVEIRA, Eduardo. Epistemologia da Ancestralidade. Disponível em: http://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/eduardo_oliveira_-_epistemologia_da_ancestralidade.pdf. Acesso em: 16 ago 2017.

 

09/30/2012

Memorando e e-mail: um pouco de história

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 10:00

O gênero textual e-mail assemelha-se muito aos formulários internos usados pelas empresas no final dos anos 80 para compor os memorandos. O memorando tinha um formato retangular, metade do papel A4, assim como a caixa de texto do e-mail (enquanto digito este post, vejo que a caixa de texto tem o mesmo formato). Como o memorando, o e-mail  possui também os espaços “De”-“Para”, “assunto” e “anexo”.

Do ponto de vista documental, o memorando era elaborado em duas folhas entre as quais se colocava o papel carbono para gerar cópia para arquivamento que nem sempre era legível, devido ao excesso de uso do carbono. Além disso, o carbono era facilmente removido, gerando problemas de comprovação. Já com as fotocopiadoras mais simples e as impressoras mltifuncionais, gerar a segunda via ficou bem mais fácil.

Hoje em dia, o memorando foi praticamente substituído pelo e-mail, já que o seu meio facilita e agiliza a comunicação e, consequentemente, as tomadas de decisão. Mas existe uma coisa chamada “spam” e muitas vezes a decisão é postergada. É o nosso carbono… 

Atualmente, o e-mail é uma ferramenta imprescindível no processo comunicativo e disso ninguém pode duvidar, mesmo para quem não faz uso deste recurso. No entanto, existem resistências quanto ao seu uso como documento, sobretudo nos órgãos públicos, porque é difícil protocolá-lo, isto é, ter garantias de que a mensagem foi recebida. O tal carbono…

Memorando e e-mail têm as suas fragilidades. Com tudo isso, comunicar-se hoje sem um endereço eletrônico não é apenas sinônimo de isolamento, mas de vagarosidade. Com o ritmo acelerado em que vivemos, sem um e-mail, um profissional pode estar perdendo oportunidades, espaços que poderiam ser ocupados por ele.

Fazer parte da teia humana significa usufruir dos seus malefícios e benefícios. Bem-vindos ao mundo!

12/09/2011

Abreviatura de “Atenciosamente”

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 15:27

As regras de uma Língua são convenções, disso ninguém duvida, mas existem aspectos que precisam ser observados para além da prescrição gramatical de ordem sintática, semântica ou morfológica. Refiro-me à estética do texto.

Uma dos elementos que aparace nas correspondências eletrônicas é a abreviação de Atenciosamente, uma fórmula respeitosa por meio da qual encerramos uma mensagem. Esta expressão antecede a assinatura e é comumente grafada sinteticamente com um simples e, a meu ver, deselegante “att.”  Longe de querer julgar os usuários, prefiro me ater à plasticidade da palavra “atenciosamente” e à sua função no corpo do texto, na condição de elemento pós-textual cujo propósito é evocar cordialidade e deferência  com o destinatário.

Em relação a plasticidade, a palavra escrita no formato extendido é muito mais bonita, além de dar ritmo e cadência ao texto. Como somos muito musicais seria um atentado à nossa cultura travar ou descompassar a fluência musical através do enxerto de palavras picotadas. A abreviatura é bem-vinda, mas em alguns trechos, se for colocada, afeta o movimento da leitura. É como se quebrasse o encanto.

Quanto ao efeito, a abreviatura da palavra pode abreviar também o seu resultado, o que para o processo comunicativo seria um contrasenso. Segundo uma das leis de Grice, a exaustividade é um dos princípios a serem considerados na interatividade comunicativa e ela se dá não apenas em seu conteúdo, assunto, mas, também, penso eu, através do uso dos elementos constitutivos do gênero de texto, neste caso o e-mail.

Assim, usar atenciosamente na forma extendida seria mais elegante, cortês e culturalmente assentado do que “at.te”, forma aceita como escorreita, mas sem magia.

11/09/2011

PORTARIA 9282/2011

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 23:07

PORTARIA N° 9282/2011 O SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições e considerando:

• O compromisso do Estado em assegurar o cumprimento dos 200 dias letivos;

• O compromisso desta gestão com a valorização do profissional de educação;

• A necessidade de normatizar os procedimentos administrativos para a concessão de benefícios aos integrantes da carreira do Magistério Público do Ensino Fundamental e Médio do Estado da Bahia;

 • A conveniência de ampliação das oportunidades de fruição da licença-prêmio entre os integrantes do Magistério Público Estadual;

 • O disposto na Lei 7.934, de 11 de outubro de 2001, e no Decreto 8.573, de 01 de julho de 2003,

RESOLVE:

Art. 1º – Autorizar a Superintendência de Recursos Humanos da Educação a proceder a análise dos requerimentos de Licença Prêmio para fruição ou conversão em pecúnia, formulados por ocupantes do cargo de professor da carreira do Magistério Público estadual do Ensino Fundamental e Médio, observados os requisitos e critérios definidos no Decreto nº 8.573, de 01 de julho de 2003.

Art. 2º – Fixar em 2.000 e 1.000 o quantitativo máximo de licenças prêmios a serem concedidas no exercício de 2012 para conversão em pecúnia e para fruição, respectivamente, sendo limitado a 50% (cinqüenta por cento) por semestre.

Art. 3º – A concessão dos períodos de licença prêmio para fruição alcançará, preferencialmente, o professor que:

I – esteja com processo de aposentadoria por tempo de serviço em tramitação, cuja abertura ocorra até 14/12/2011, para o processo seletivo do primeiro semestre de 2012, e até 24/05/2012, para o processo seletivo do segundo semestre de 2012;

II – tenha idade igual ou superior a 60 anos;

 III – esteja sem afastamento de suas atividades há, pelo menos, 02(dois) anos;

 IV – acumule maior número de qüinqüênios não fruídos:

V – conte maior tempo de efetiva regência de classe. Parágrafo Único – O afastamento a que se refere o inciso III deste artigo não inclui aqueles decorrentes de férias e de licenças médica, gestante, adotante e paternidade.

Art. 4º – A conversão dos períodos de licença prêmio em abono pecuniário alcançará, preferencialmente, o professor que: I – esteja com processo de aposentadoria por tempo de serviço em tramitação, cuja abertura ocorra até 14/12/2011, para o processo seletivo do primeiro semestre de 2012, e até 24/05/2012, para o processo seletivo do segundo semestre de 2012; II – tenha idade igual ou superior a 60 anos; III – não tenha sido beneficiado com abono pecuniário há, pelo menos, 01 (um) ano; IV – acumule maior número de qüinqüênios não fruídos: V – conte maior tempo de efetiva regência de classe.

Art. 5° – Esgotados todos os critérios de desempate previstos no Art. 7º do Decreto 8.573 de 01 de julho de 2003, e, persistindo um quantitativo superior ao limite de concessão de Licença prêmio para fruição ou conversão em abono pecuniário determinado no Art. 2º desta Portaria, será adotado como critério de desempate para o deferimento, o cômputo da maior idade entre os concorrentes.

Art. 6º – Para efeito do disposto nos artigos 1º e 2º desta Portaria, deverão ser observados os seguintes prazos: – Para o primeiro semestre :

a) requerimento – serão considerados os protocolos até 15/12/2011;

b) julgamento e publicação da lista classificatória – até 10/01/2012;

c) recurso – deverá ser protocolado de 11 a 17/01/2012;

d) resultado do julgamento dos recursos e lista final de classificação – 28/02/2012;

e) concessão – até o dia 23/03/2012. – Para o segundo semestre:

 f) requerimento – serão considerados os protocolos de 01/03 até 25/05/2012;

 g) julgamento e publicação da lista classificatória – até 04/07/2012;

h) recurso – deverá ser protocolado de 05 a 11/07/2012;

 i) resultado do julgamento dos recursos e lista final de classificação – 14/08/2012; j) concessão – até o dia 10/09/2012.

Art. 7º – O professor somente poderá afastar-se do exercício funcional para o gozo de licença-prêmio a partir da data do início a ser publicada na apostila concessiva específica.

Art. 8º – Fica a Superintendência de Recursos Humanos da Secretaria de Educação autorizada a abrir inscrição para professor substituto.

Art. 9º – Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Salvador, 08 de novembro de 2011

Osvaldo Barreto Filho Secretário da Educação

10/16/2011

Jingle, memória e o politicamente incorreto

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 10:02

Nos anos 70, havia uma propaganda das duchas Corona que hoje seria politicamente incorreta, mas naqueles tempos, não.  Era um jingle que acabou ficando na memória de muitos. Era um ritmo alegre que era acompanhado por jovens tomando banho debaixo de uma cascata. Dizia mais ou menos assim: “Apanhe o sabonete/abra a torneira e de repente a gente sente/duchas Corona um banho de alegria num mundo de água quente”. Era uma composição audiovisual que misturava sentidos de abundância, expressos nas passagens rápidas de enquadramento dos close ups para os não menos rápidos planos de detalhe dos corpos, escondidos pelo volume de água (ecos da censura?) da cascata, além da abundância expressa no coro entoado de vozes, sugerindo coletividade, portanto as vozes daqueles jovens (redundante dizer belos, magros, brancos) e no jingle que repetia enquanto a cena processava. Diante de tanto apelo sinestésico de liberdade (em contradição à atmosfera da época), impossível que tal imagem não ficasse retida na memória daqueles que tem mais de 40 anos. Quem tem menos de 30 e se lembra foi porque viu no youtube…

 É claro que diante da campanha de enconomia de água das agências de regulação, tal propaganda soa hoje como desperdício, também para as organizções ambientalistas. A questão ideoloógica não está no produto que viabiliza isso (até porque qualquer chuveiro poderia propiciar essa realização), mas o comportamento que se queria fazer adotar no espectador-consumidor quando fosse tomar banho, isto é, como se estivesse debaixo de uma cascata. Em tempos em que a água anda escassa, a propaganda soa como politicamente incorreta, o que mostra que os sentidos em relação ao texto depende das condições de produção da leitura, da interpretação, do contexto. O que era aceitável em uma época pode ser inaceitável em outra, depende das formulações discursivas de cada momento histórico vivido pelos sujeitos (ou domíios) em interação.

 Talvez um dia nos falte água e também aquela linda cascata, aquela mesma que aparece na propaganda com tantos jovens sorridentes e prazerosos de sentirem tanto volume de água sobre seus corpos. Essa cascata nos faltará porque queríamos ficar mais tempo debaixo d’água? Quem de fato usou toda a nossa água? Lembrei-me de um desenho animado “Rango”, mas já é outra conversa… outro (inter)texto…

10/14/2011

CURSOS DE EXTENSÃO

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 13:49
Encontram-se abertas as inscrições para os cursos:1. II Curso Cinema e Mulher (20h)
2. Literatura Infantil e Juvenil (20h)
3. Inglês para crianças (para estudantes de Pedagogia) (20h)

Local de Inscrição: NUPE/ Departamento de Educação – Universidade do Estado da Bahia

Telefone: 3117-2200 (Sra. Maria José)

Valor da inscrição: gratuito.

Certificação para quem obtiver 75% de frequência
 
Os encontros do II Curso Cinema e Mulher iniciarão no dia 29/10.

10/12/2011

Como se preparar para uma entrevista de monitoria

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 15:57

Tenho realizado algumas seleções de monitoria e percebido que, em geral, o estudante não se prepara adequadamente para a disputa da vaga. Seguem alguns pontos a serem observados:

1. Interesse pelo tema.

Neste aspecto não basta apenas gostar do tema, tem que conhecê-lo. Nas monitorias de ensino, o aluno deve mostrar que conhece o seu objeto e que deseja aprofundá-lo na mediação com outros alunos. Para que ele possa fazer isso adequadamente é necessário que ela conheça mais o assunto do que o aluno que está cursando a disciplina. Muitos se esquecem dos conteúdos lecionados nos semestres anteriores, por isso revisar antes da entrevista e da prova é fundamental. Nas monitorias de extensão, a(o) candidata(o) deve também gostar e conhecer para mediar, auxiliar melhor o professor.

2. Adequação do vestuário.

Trata-se de um item importante no processo de seleção, mas que tem tido pouco destaque. Muitas organizações nos cursos de preparação para entrevistas falam sobre a adequação do vestuário. Vestir-se adequadamente não significa colocar paletó e gravata ou um ternozinho, significa colocá-los se o evento assim exigir. A pessoa deve se preparar para os eventos cotidianos usando com pertinência a linguagem verbal e a não-verbal. Esmerar nesse item pode ser o passaporte de muitos para o primeiro emprego.

3. Excesso de informalidade.

Mesmo que conheça o seu entrevistador de longas datas ou que você tenha conhecido em um churrasco não significa que na entrevista você possa tratá-lo com incoveniente informalidade. O espaço da entrevista é formal, profissional, portanto exige uma outra performance. A informalidade, se houver, deve partir do entrevistador, se o propósito for deixá-lo mais à vontade, mas não abuse dessa permissão.

4. Pontualidade.

O calcanhar de Aquiles dos brasileiros. Poucos chegam no horário ou 15 minutos antes de qualquer evento. Chegar antes dá a vantagem de conhecer o ambiente onde irá trabalhar, seus concorrentes, além de deixá-lo mais descansado. É horrível entrar em uma sala para ser entrevistado com aspecto cansado com se viesse da São Silvestre e, pior, apresentando um milhão de desculpas. Passa a impressão de negligência, irresponsabilidade, falta de compromisso (mesmo que não seja).

5. Falta de Malícia

Um componente importante que só pode aparecer com a calma e a experiência devida. Em algumas situações, o entrevistador lança uma pergunta mais complicada e  você não sabe responder. Às vezes o entrevistador quer saber mais sobre como você se desviará da pergunta do que se você sabe a resposta, isto é, ele quer saber se você está preparado(a) para enfrentar situações difíceis, o que exige raciocínio rápido, tranquilidade e domínio da linguagem (para manipulá-la, claro, com inteligência). Isso é muito importante porque mesmo que o enrevistado não saiba responder a uma questão, jamais deve externar isso. É ingenuidade e frustra o seu interlocutor, além de ser um contrassenso, pois a entrevista é um espaço para mostrar conhecimento e não a falta deste. A sinceridade nem sempre é interpretada como algo positivo, ao contrário, pode ser visto como falta de maturidade, pois no mundo profissional a sinceridade tem mais a ver com a capacidade de convencer do que com a verdade. A lei da sinceridade refere-se ao quanto se pode fazer para que o interlocutor adira ao que é dito para ele.

6. Conteúdo

Participar de uma entrevista para seleção de monitoria de ensino requer uma preparação de conteúdo. Tente antecipar as perguntas do entrevistador. Quais seriam as possíveis perguntas? Saberia respondê-las com clareza e desenvoltura? Se o aluno escolhe a monitoria da disciplina Literatura e Educação, precisa rever a ementa, estudar o conteúdo e tentar responder a alguns conceitos-chave, por exemplo, o conceito de literatura, a relação literatura e educação, o conceito de educar, autores e obras, etc.

7. Tranquilidade

Outro calcanhar de Aquiles dos entrevistados. Difícil não ficar ansioso e tenso em uma entrevista, mas é possível disfarçar esse nervosismo que tende a passar depois de 01 minuto. Se você se prepara, sabe que irá com uma vantagem grande contra aquele que (em geral) não se prepara. Tenha auto-confiança, conheça o seu objeto de estudo e expresse isso para o entrevistador, nesse caso o professor.

8. Documentação

Elemento muito importante no processo e, por isso, deixei por último. A falta de um documento significa desclassificação imediata do candidato. Os protocolistas (ou protocoladores, o dicionário Houaiss ainda não traz os verbetes) não deve receber um processo sem a documentação completa do candidato, mas caso o processo tramite mesmo assim, por algum lapso, o professor-entrevistador pode desclassificar o candidato.

Logicamente que essa parte da documentação deve estar expressa em edital com base nas resoluções da universidade que delibera as normas por meio dos  Conselhos Superiores (CONSU/CONSEPE).

Boa entrevista!

08/28/2011

Menção/Mensão honrosa

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 23:37

Embora professora licenciada em Letras, não me vejo dentro de um perfil elitista, purista da língua, mas isso não significa que não me incomode com alguns desvios gramaticais presentes em algumas matérias escritas em jornais e revistas, principalmente quando se é ortográfico. Em um site sobre cinema, li o seguinte título: ”

Estudante baiano recebe Mensão Honrosa no Festival Claro Curtas”

O sentido da palavra em questão refere-se a um tipo de distinção que se recebe em razão da excelência de um trabalho, o que parece ser o caso do estudante baiano. Neste sentido, a grafia da palavra seria menção, que segundo o dicionário Houaiss significa registro ou nota, alusão, referência, o que é pertinente ao tipo de destaque que o produtor de vídeo de Irecê recebeu do júri. No entanto, fica a dúvida se houve um desvio em razão de desconhecimento ou se por falta de atenção, já que em outro momento do texto a palavra é grafada corretamente:

ENSINO MÉDIO
Comissão julgadora: A segunda lei da termodinâmica, de Francisco Schuller Isensee (São Paulo, São Paulo)
Júri popular: A cor do tempo, de Augusto Gowert Tavares  (Pedro Osório, Rio Grande do Sul)
Menção honrosa: Perspectiva, de Caique Melo De Oliveira (Irecê, Bahia)

Como os textos hoje em dia são escritos a muitas mãos, fica a dúvida se os autores dos textos são os mesmos. De qualquer sorte, a matéria assinada pela “redação”  deveria ser revisada com mais cuidado antes de ser publicada.

Fonte: http://www.cineinsite.com.br/materia/materia.php?id_materia=11891

08/08/2011

A letra cursiva

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 23:03

Hoje saiu uma matéria no jornal A Tarde sobre a letra cursiva e o seu quase desuso nas escolas, graças ao computador. Em uma das imagens publicadas na página havia uma sala de aula com estudantes fazendo uso do netbook e mais abaixo outra imagem mostrando uma professora fazendo uso do quadro de giz para ministrar as aulas. Para além das discussões sobre a caligrafia do estudante, a matéria mostrava o abismo entre realidades educacionais tão diferentes do ponto de vista da tecnologia, o que posterga a discussão, pelo menos em se tratando de Brasil (a discussão surgiu de uma matéria nos EUA). O que vemos é uma questão que envolve a dificuldade do aluno em desenhar a letra  distinguindo os traços de cada uma delas. O “m” deixou de ter três movimentos para cima para confundir-se com o “n” que tem apenas dois. Na digitação, com a fonte que uso neste texto (times news roman) o “m” tem dois movimentos para cima enquanto que o “n” apenas um, o que causa uma mudança em relação a caligrafia de anos atrás. De qualquer sorte, no texto manuscrito, há uma questão de legibilidade que considero importante, já que para que se entenda é importante que se diferencie o movimento de cada letra.

História ou Estória?

Filed under: Uncategorized — ltleiro @ 22:53

Uma vez me perguntaram sobre a grafia das palavras história e estória na sala de aula. Lembro-me que muitos anos atrás diferenciávamos as duas de acordo com o conceito de fato e ficção. Em inglês, há ainda a distinção entre History (com “H” maiúsculo) para designar a história enquanto ciência e story para designar ficção. Assim o “s” de “love story” seria grafado dessa forma por se tratar de uma história fantasiosa, fruto da imaginação, por mais real que a experiência possa ser. Mas se quisesse me refetir a história do amor (no ocidente, por exemplo) em inglês seria History of Love (in Western). Em português, o mal-estar ficou a cargo da dificuldade de delimitar claramente a linha divisória entre realidade (fato) e ficção, por isso a palavra história passou a ser grafada com “h” para ambos os casos, caindo em desuso a forma estória para se referir a ficção. Não se trata de erro, mas de pensar se a fronteira entre a realidade e a ficção é tão bem demarcada a ponto de recorrermos a duas grafias distintas.

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